Novos desafios para um antigo problema de saúde pública. A malária ainda faz parte da realidade dos municípios amazonenses. Em 2022, o estado do Amazonas registrou o maior número de casos da doença em todo o País: de acordo com dados do Ministério da Saúde, obtidos pelo Sivep-Malária, foram mais de 55 mil. Nos primeiros três meses de 2023, foram registrados mais de 10 mil casos. O militar Denilson Alexandre, de Manaus, já contraiu a doença e conta como foi essa experiência.
“Foi uma experiência muito difícil. A malária realmente me ‘derrubou’. Passei dois dias delirando de febre, com dor no corpo e, após dois dias, consegui ir ao hospital. Fiz o exame de sangue e foi constatado que estava com malária. Uma semana de cama, delirando, suando muito, muita dor no corpo. Uma experiência horrível.”
O Amazonas registrou, de janeiro a março deste ano, mais de 1.600 casos autóctones de malária por Plasmodium falciparum. Essa espécie está associada às formas mais graves da doença. O número representa uma queda de 28% no número de casos por essa espécie em relação ao mesmo período de 2022. Para Cássio Peterka, responsável pelo Programa Nacional de Controle e Prevenção da Malária do Ministério da Saúde, mesmo com a diminuição, o combate à doença precisa ser mantido com a participação da população, profissionais de saúde e gestores.
“Conseguimos reduzir os casos pelo Plasmodium falciparum e precisamos avançar para alcançar a eliminação da espécie até 2030 e da malária até 2035 no País. Acredito que agora esse é o momento para falar da mudança de chave, é o momento em que a gente precisa trabalhar a eliminação.”
A malária é transmitida pela picada da fêmea infectada do mosquito do gênero Anopheles, também conhecido como mosquito-prego. Os locais escolhidos pelo vetor para servirem de criadouros são coleções de água limpa, sombreada e de baixo fluxo, muito frequentes na Amazônia brasileira. O Ministério da Saúde recomenda a adoção de medidas de prevenção contra a picada do mosquito como o uso de mosquiteiros, roupas que protejam pernas e braços, telas em portas e janelas, repelentes e permitir que o agente borrife a casa. Ao apresentar sintomas como dores de cabeça e no corpo, febre e calafrios é preciso procurar rapidamente uma unidade de saúde e fazer o exame. Caso seja positivo, é necessário cumprir o tratamento até o final, mesmo que não apresente mais sintomas. O Exame e o tratamento são gratuitos no SUS.
Unidos vamos combater a malária!
Fonte: Brasil 61