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Advogado Vítima de Covid gravou um áudio antes da sua morte, e acusa Bolsonaro por falta de vacina

O advogado e assessor parlamentar José Roberto Feltrin, morto na última terça-feira (18), aos 55 anos, vítima de complicação da Covid-19, gravou um áudio antes da sua morte que circula nas redes sociais em que acusa o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por não ter sido vacinado contra a doença.

Na gravação, Feltrin envia uma mensagem de áudio para um amigo, identificado por ele como “Naves”, e diz que está muito mal da doença, com saturação baixa, e que acha que não vai resistir a ela.

“Ô Naves, eu… eu acho que não vou aguentar essa p*rra dessa doença. Eu tô mal pra caramba. Tá feio, cara. Tô mal, cara. A culpa é desse capitão bunda suja que não providenciou vacina pra nós. Minha saturação despencou de ontem pra hoje. Tô mal, cara. Eu acho que eu tô com Covid, bicho. Tô mal pra caramba. Eu vou ao médico agora, mas estou com medo, cara. É como se um filme estivesse passando pela minha cabeça”, diz o assessor.

O áudio continua com Feltrin dizendo que o deputado federal José Medeiros (Podemos-MT), de quem ele era assessor, também é um dos responsáveis por “tudo o que está acontecendo com o povo brasileiro”.

“Esse tal de Medeiros aí é responsável por tudo isso que está acontecendo com o povo brasileiro, cara. Esse maldito. Ele é responsável também. Eu tô mal pra caramba, bicho. Esses caras vêm apoiando, bicho, esse governo genocida aí. Esse cara vem sabotando essas vacinas desde o início. Já era pra ter vacina pra nós, para pessoas da minha idade, e não tem. E ninguém faz nada, cara. Ninguém faz nada nessa desgraça de país maldito. Um retardado que nem esse Bolsonaro faz o que quer com esse povo e ninguém faz nada. Parece que está todo mundo que nem barata tonta. Eu não sei se eu escapo não, bicho. Falou, meu amigo. Desculpa o desabafo”, diz Feltrin na gravação.

De acordo com o colunista Tales Faria, do UOL, o deputado do Podemos atribui à “vingança de um ex-assessor que demiti” a gravação em que o advogado o responsabiliza e ao presidente por não ter sido vacinado contra a Covid-19.

Medeiros diz que não sabe de que forma a gravação foi feita, mas que acredita que Feltrin não tenha autorizado. “Tenho certeza de que o Feltrin foi traído. Não quero fazer maiores comentários em memória dele. Uma pessoa muito ponderada, honesta. Sei que, se estivesse vivo, estaria defendendo-me”, disse Medeiros.

No dia da morte de Feltrin, o deputado fez uma publicação em suas redes sociais comentando que havia perdido um “grande amigo”.

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