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Acará-bandeira é adaptado para aquaponia ornamental em ambiente fechado, em pesquisa apoiada pelo Governo do Amazonas

O estudo é apoiado pela Fapeam, via iniciativa de Interiorização em Pesquisa e Inovação Tecnológica

A espécie de peixe popularmente conhecida como acará-bandeira (Pterophyllum scalare) foi adaptada para a aquaponia ornamental em ambiente fechado (indoor) ou sistema de recirculação fechada, método de produção em que a água é continuamente tratada e reutilizada, diminuindo a quantidade de água utilizada em um ciclo produtivo. A verificação dessa técnica foi possível graças ao projeto apoiado pelo Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). 

O coordenador da pesquisa, doutor em Biologia de Água Doce e Pesca Interior Danniel Rocha Bevilaqua, revelou que o estudo viabilizou a aquisição de um sistema integrado de recirculação de água com 18 aquários, onde o sistema foi submetido à ciclagem de nutrientes para crescimento da fauna bacteriana, responsável por transformar a amônia (tóxica) em nitrato (menos tóxico), que pode ser removido durante a troca parcial de água (TPA). 

“Após a ciclagem concluída, (o aquário) foi povoado com 108 espécies de acará-bandeira e realizado o monitoramento das boas práticas de manejo e alimentação dos peixes”, disse Danniel Bevilaqua, pesquisador do Instituto Federal do Amazonas (Ifam), campus Manacapuru (distante a 68 quilômetros da capital), sobre a técnica utilizada, que contou com a participação dos alunos do curso técnico de recursos pesqueiros da instituição.

A pesquisa atende a cinco Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), são eles: (1) Erradicação da pobreza; (2) Fome zero; (8) Emprego digno e desenvolvimento econômico; (12) Consumo e Produção Responsável; e (13) Combate às alterações climáticas. 

A aquaponia permite a integração entre duas práticas, a aquicultura convencional (criação de organismos aquáticos tais como peixes, lagostas e camarões) e a hidroponia (cultivo de plantas em água), onde ocorre uma verdadeira simbiose entre as espécies. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa), essa técnica utilizada no estudo pode economizar até 90% de água, em relação a agricultura convencional.

“Ela possibilita uma compactação do espaço necessário para a criação dos peixes e o cultivo das hortaliças. Podendo ser instalada em qualquer ambiente, como quintais e varandas com espaços reduzidos”, reforçou o pesquisador, sobre a simplificação do controle das boas práticas de manejo, controle sanitários e dos parâmetros de qualidade do sistema. 

Além disso, o estudo ofereceu o primeiro curso de Formação Inicial Continuada (FIC), sobre introdução a piscicultura ornamental, com um total de 25 inscritos. “Os participantes puderam conhecer como se dá a produção de peixes ornamentais em cativeiro, tanto em sistema de recirculação de água em aquários como sisteminha em piscinas de lona”, complementou acerca da unidade reduzida proposta pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).  

Atualmente, o projeto encontra-se na penúltima fase, onde haverá a inserção do sistema hidropônico junto ao de recirculacão de água, dessa forma, as tecnologias serão adicionadas à configuração da técnica de aquaponia ornamental, para o sistema ser mantido em ambientes fechados, com isso, vai ser chamada de sistema de aquaponia indoor. Na última fase, será ofertado o último curso de ‘Introdução à Aquaponia indoor’.

Apoio da Fapeam

O estudo intitulado “Aquaponia Ornamental: inovação tecnológica no processo de criação de peixes ornamentais amazônicos e hortaliças no município de Manacapuru, Amazonas” é amparado pela Fapeam, no âmbito do Programa de Apoio à Interiorização em Pesquisa e Inovação Tecnológica no Amazonas (Painter), Edital n° 003/2020.

“Graças ao apoio da Fapeam foi possível executar este projeto, subsidiando recursos para aquisição de equipamentos e insumos para a execução”, afirmou. 

O programa fomenta a interiorização de atividades de pesquisa aplicada e inovação tecnológica por meio de indução em áreas estratégicas, especialmente para o desenvolvimento econômico, social e ambiental do estado do Amazonas com a finalidade de aplicação de seus resultados na resolutividade/minoração de problemas específicos dos municípios do interior do estado.

FOTOS: Acervo do coordenador da pesquisa, Danniel Rocha Bevilaqua.

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