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Especialista esclarece alguns mitos e verdades sobre a alimentação dos pets

A dieta de cães e gatos envolve muitos mitos quando o assunto é a alimentação. Para o bem-estar do pet, a dieta deve ser rica em nutrientes e balanceada, focada em uma vida saudável e que proporcione o bem-estar de gatos e cães. 

Alimento úmido tem muito conservante? Gatos podem ingerir carboidratos? Sal aumenta a pressão dos pets? Flavio Lopes, especialista da Hill’s Pet Nutrition, esclarece alguns mitos que circulam nas redes sociais e na Internet sobre a nutrição de cães e gatos.

Sal aumenta a pressão arterial dos pets?
MITO. O sal é composto por sódio e cloro, dois nutrientes essenciais para cães e gatos.
Para humanos é sabido que devemos ingerir sal com moderação pois ele traz efeitos deletérios ao nosso sistema cardiovascular, como o aumento da pressão arterial.

Por outro lado, para cães e gatos, esse tipo de efeito negativo ao ingerir sal não ocorre. Pelo contrário, eles são capazes de suportar uma concentração de mais de 10g por Kg de alimento sem que haja problema.

Claro, aqui estamos falando de animais saudáveis. Quando o animal se encontra em alguma enfermidade como doença renal ou até mesmo alguma cardiopatia, as quantidades devem ser revistas e acompanhadas por um médico-veterinário.

Alimento úmido tem muito conservante e sal?
MITO. O alimento úmido pode ser oferecido como único alimento para cães e gatos e, assim, suprir as necessidades nutricionais dos pets, mas também pode ser classificado como específico apenas para petiscos, ou seja, não pode ser oferecido como alimentação única.

Uma das principais dúvidas é se esses alimentos possuem ou não conservantes. A resposta é não. O alimento úmido passa por um processo de cozimento e posterior esterilização, culminando na exclusão de todos os microrganismos que possam causar danos à saúde dos animais.

Em relação ao sal, ele também não possui concentrações altas do produto. Esse alimento contém quantidade suficiente para suprir a necessidade de sódio e cloro dos pets.

Antioxidantes sintéticos contidos nos alimentos fazem mal?
MITO. Os antioxidantes contidos nos alimentos para pets são ingredientes importantes para a preservação de outros nutrientes, principalmente as gorduras que são essenciais à vida dos pets e são susceptíveis à oxidação, ou seja, à degradação de suas moléculas.

Os antioxidantes são utilizados em pet food como mecanismo de defesa contra a formação de radicais livres, controlando reações de oxidação das gorduras dos alimentos, preservando suas características, qualidade e segurança nutricional.

Dentre esses antioxidantes, existem o BHA e o BHT que são sintéticos e erroneamente acusados de causarem problemas como alergias e até mesmo câncer em cães e gatos.

Até o momento, não existem evidências científicas de que o uso de antioxidantes sintéticos em alimentos (desde que utilizados em níveis estabelecidos como seguros) promova malefícios para a saúde de cães e gatos.

Segundo a regulamentação nacional descrita pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e as regulamentações internacionais da Food and Drug Administration (FDA) e Association of American Feed Control Officials (AAFCO), a adição de BHA e BHT em quantidades mínimas (até 150 mg/kg de cada) na formulação do alimento é considerada segura em alimentos destinados a cães e gatos.

Carboidrato é um vilão para os gatos?
Algumas pessoas acreditam que o carboidrato é um vilão para o gato, pois entendem que ele pode causar a obesidade e colaborar para que o animal fique diabético.

Porém, isso é um MITO. Os gatos dependem de nutrientes de origem animal para suprir suas necessidades e são capazes de digerir o carboidrato a fim de obter glicose para sua sobrevivência. Inúmeros estudos nacionais e internacionais demonstram que o gato absorve mais de 90% de carboidrato.

O que causa a obesidade em gatos é o excesso de energia proveniente não só do carboidrato, mas da proteína ou gordura. A quantidade de energia oferecida ao animal é que pode ser considerada a causadora de obesidade em gatos e, consequentemente, de diabetes.

Proteína em excesso causa problema renal?
MITO. A proteína em excesso não causa problema renal em cães e gatos. O rim do cão e do gato é capaz de filtrar perfeitamente todas as impurezas circulantes do metabolismo proteico sem efeito deletério.

Claro, isso vale para animais saudáveis. Caso o pet esteja com alguma enfermidade, como doença renal crônica ou alguma doença hepática que não permita a ingestão de proteína, a alimentação deve ser revista com a ajuda de um médico-veterinário para que seja balanceada visando o tratamento à enfermidade com a ajuda de alimentos coadjuvantes.

Leite faz bem para cães e gatos?
Quando o cão ou gato é filhote, eles devem se alimentar de leite materno para adquirir energia para seu crescimento. Após o desmame, não há necessidade.

Quando o filhote deixa de tomar leite e volta a consumi-lo depois de adulto, a enzima lactase, que faz a digestão da lactose do leite, já não estará em sua plena atividade e pode levar o animal a ter problemas gastrointestinais.

Dietas caseiras podem ter óleo e sal?
VERDADE. Muitos tutores têm em mente que não devem adicionar óleo e/ou sal na comida do animal quando falamos de alimentação natural ou dietas caseiras.

O sal é extremamente necessário aos pets pois possui minerais importantes para a sobrevivência deles. O mesmo ocorre com o óleo, que é uma gordura que possui ácidos graxos, essenciais para a saúde do animal. Inclusive, a falta de óleo pode levar a graves complicações como doenças de pele, deficiência de vitaminas, baixa resposta da imunidade, entre outros.

No entanto, vale salientar que o óleo deve ser utilizado em separado durante a preparação do alimento caseiro. Isso porque ao misturá-lo durante o cozimento, pode-se perder o controle da quantidade que está sendo adicionada.

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