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Fusões e aquisições movimentam R$ 12 bi no primeiro trimestre

O mercado de fusões e aquisições pode estar voltando a se aquecer após a pandemia. Isso porque desde o início do ano as operações de M&A movimentaram cerca de 12 bilhões de reais (BRL). Do total das operações, 42% possuem os valores revelados e 78% das operações já estão concluídas.

Além disso, cerca de 57% dos líderes de companhias brasileiras ouvidos durante um estudo feito pela Consultoria ACE Cortex, divulgado no mês passado, disseram que fizeram pelo menos uma operação de M&A no último ano, e que esses processos de expansão devem continuar neste ano. 

Segundo Alexandre Freire, advogado empresarial, sócio do Escritório Bastos Freire Advogados, a expectativa sobre as movimentações de M&A é positiva para os próximos meses. “O mercado de fusões e aquisições passou por momentos delicados nos últimos anos. A pandemia desacelerou alguns processos de fusões, mas, em contrapartida, foi a força motriz para que as companhias fizessem investimentos em empresas com potencial de desenvolvimento em áreas que não eram tão exploradas antes, mas podem trazer um retorno pensando na expansão”.

De acordo com o advogado, esse tipo de operação no Brasil tende a ser restabelecida aos poucos, principalmente a compra e venda de empresas com potencial estratégico para expansão de mercado. “Nos últimos meses, o que temos visto é uma maior preocupação com fusões que possam fazer com que as companhias se posicionem como grandes players em seus segmentos, ou que consigam entrar em mercados diferentes dos quais elas já fazem parte e já se encontram estabelecidas”. 

Em relação aos fundos estrangeiros de Private Equity e Venture Capital que investem em empresas brasileiras, houve uma diminuição de 55% do volume de transações até fevereiro: em Private Equity, foram contabilizadas 10 transações e um total de BRL 824 milhões no período. A sigla BRL é o código que identifica a unidade monetária do Brasil (Real). 

Na seara do Venture Capital foram realizadas 58 rodadas de investimento, movimentando um capital de BRL 1,5 bilhão, o que resultou em uma queda de 60% no número de transações. No segmento de Asset Acquisitions, foram registradas 19 transações e um total de BRL 2 bilhões até fevereiro, representando uma diminuição de 48% no número de operações, em relação ao mesmo período do ano passado.

Para Alexandre, as operações de M&A, para serem bem-sucedidas, devem contar com um acompanhamento próximo no planejamento empresarial de médio e longo prazo, sobretudo na parte tributária: “a entrada em novos mercados através da compra de uma empresa, ou até mesmo a busca por um posicionamento de marca mais efetivo por meio da compra de ativos do mesmo setor, precisam ser consolidadas de forma assertiva, e isso acontece quando existem estudos bem fundamentados e uma assessoria apta para realizar o processo de forma segura”.

O mercado de M&A

No Brasil, as operações acima de R$ 50 milhões entre empresas movimentaram cerca de R$ 214 bilhões no último ano. As transações no país foram lideradas por empresas de tecnologia, utilidades e instituições financeiras. 

Dados sobre a América Latina mostram uma movimentação na casa dos US$ 86 bilhões, o que representa queda se comparado ao ano anterior. Em 2021, o mercado global de Fusões e Aquisições (M&A) arrecadou US$ 5 trilhões, cifras recordes para o setor, o que não se sustentou no ano passado.

“As fusões e aquisições podem crescer até 20% neste ano. As projeções são de que a América Latina possa estar entre os destaques em se tratando do mercado ‘emergente’, pensando nesse cenário de recuperação, ressalvadas as questões políticas em eventuais cenários econômicos”, completa Alexandre Freire. 

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