Como parte do processo de municipalização da vigilância em saúde de populações expostas a agrotóxicos, servidores da Prefeitura de Manaus, da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), participaram, nesta quarta-feira, 11/5, na Universidade Paulista (Unip), no bairro Parque 10 de Novembro, zona Centro-Sul, de um seminário e uma oficina de capacitação, coordenados pela Fundação de Vigilância em Saúde – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS – RCP).
O seminário e oficina de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos da Região Metropolitana de Manaus, que segue até sexta-feira, 13, reúne profissionais que atuam nas áreas de Saúde do Trabalhador, Vigilância Ambiental e Epidemiológica, Vigilância Sanitária, Atenção Primária, Distritos de Saúde, do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs/Manaus), Promoção da Saúde e Laboratório de Vigilância em Saúde da Prefeitura de Manaus, assim como representantes dos municípios de Rio Preto da Eva, Novo Airão, Iranduba e Manacapuru.
Conforme a subsecretária de Gestão da Saúde da Semsa, Aldeniza Araújo, o seminário faz parte de um processo permanente de capacitação das equipes municipais, para fortalecer o trabalho de vigilância em saúde de populações expostas a agrotóxicos, principalmente no que se refere aos trabalhadores que atuam na produção agrícola.
“A FVS, em parceria com diversos órgãos, incluindo as secretarias estadual e municipal de Saúde, coordena as ações do plano estadual de Atenção Integral à Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos. E o seminário que iniciou hoje faz parte do processo de municipalização da vigilância em saúde para essas populações. O objetivo principal é fortalecer as ações de vigilância para reduzir o risco de problemas de saúde pelo uso excessivo e repetitivo de agrotóxico, elaborando um plano de trabalho com estratégias sustentáveis”, destacou Aldeniza.
A diretora do Departamento de Vigilância Ambiental e Epidemiológica da Semsa e uma das facilitadoras da oficina, enfermeira Marinélia Ferreira, explicou que o evento envolve a participação dos setores de Vigilância e Assistência em Saúde com abordagem dos riscos para a população em relação ao uso indevido do agrotóxico.
“O risco existe para a saúde do trabalhador que maneja o produto, assim como o risco de contaminação também do solo e do próprio alimento. Por isso, é importante que os serviços de saúde tenham sempre a sensibilidade para identificar sinais e sintomas de agravos ocasionados pelo uso indevido de agrotóxico e que possam ter as informações necessárias para orientar o trabalhador”, explicou Marinélia.
Na oficina, os profissionais da Semsa serão orientados para a elaboração do plano municipal de atenção integral à saúde de população exposta ao uso de agrotóxico e para a estruturação de um Grupo de Trabalho (GT) Municipal que vai envolver as áreas técnicas da saúde, as instituições envolvidas na produção agrícola, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) e instituições de ensino superior.
“Com o seminário, o objetivo é também a capacitação dos profissionais de diferentes áreas que irão atuar no grupo de trabalho. Para a população mais exposta, há risco de doenças dermatológicas, neurológicas ou câncer pela exposição inadequada ao agrotóxico, principalmente quando as pessoas que trabalham com o agrotóxico não fazem uso de equipamento de proteção individual na preparação ou aplicação do produto. E o setor de saúde precisa estar mais preparado também para a notificação dos casos de doenças que podem surgir, antecipando o cuidado e a assistência para impedir que a doença se instale”, explicou a chefe do setor de Vigilância de Água, Solo e Ar da Semsa, Jocilene Galúcio Barros.
Além da FVS, Semsa e Secretaria de Estado da Saúde (SES/AM), o processo de capacitação envolve a participação de instituições como o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf) e Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
De acordo com o coordenador do Grupo de Trabalho Estadual sobre Agrotóxico (GT – Agrotóxico), Nailton Lopes, durante a primeira etapa do seminário os participantes irão receber aporte teórico sobre as questões relacionadas à exposição ao agrotóxico e, a partir daí, representantes dos municípios vão formar um grupo de trabalho para escrever propostas que comporão os planos municipais de vigilância.
“Já trabalhamos com pelo menos seis municípios e em 2022 haverá a implantação em mais 11 municípios. O plano do Estado é que tenhamos, até o fim de 2023, 29 municípios prioritários com essa implantação”, informou Nailto.
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Para Maria Socorro Alves de Souza, assistente social da Secretaria de Saúde de Rio Preto da Eva, o seminário é uma estratégia importante para que os representantes dos municípios possam multiplicar as informações junto aos profissionais de saúde que atuam diretamente no atendimento à população.
“Temos várias unidades de saúde que fazem parte da zona rural e é importante levar as informações adquiridas aqui sobre as questões dos agrotóxicos e a municipalização para esse cuidado. Muitas vezes os próprios profissionais não têm esse conhecimento e a intenção é promover oficinas e seminários no município para essa capacitação, e, junto com outros órgãos, orientar a população”, afirmou Maria do Socorro.
*Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom)/Fotos – Camila Batista/Semsa