Portal Uno Midias
Notícias Corporativas

Profissionais avaliam evolução feminina no mundo corporativo

Profissionais avaliam evolução feminina no mundo corporativo
Profissionais avaliam evolução feminina no mundo corporativo

O mês de março faz homenagens às mulheres e é marcado pelo Dia Internacional delas, celebrado no último dia 8. Oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, a data tem origem em movimentos operários que reivindicavam melhores condições de trabalho para as mulheres.

Caminhando na linha do tempo, a presença feminina cresce gradualmente em diversas áreas da economia. Não por acaso, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de mulheres escolarizadas atualmente é superior ao de homens: 20,7% das mulheres com 25 anos ou mais têm ensino superior, contra apenas 15,8% dos homens.

No entanto, os desafios persistem. De acordo com o Ministério do Trabalho (2023), as mulheres ainda predominam em setores como educação, saúde e serviços sociais, além de representarem 5,5 milhões no trabalho doméstico. Apesar dessa concentração em áreas tradicionalmente ligadas ao cuidado, muitas são as personagens que marcam a evolução feminina nas mais diversas indústrias.

Para Thaynara Pimenta, coordenadora de qualidade da Somattos Engenharia, construtora especializada em imóveis de alto padrão, hoje essa transformação também é perceptível em setores historicamente ocupados por homens, como a engenharia civil. Com mais de dez anos de experiência na área, ela observa como a presença feminina tem crescido e se consolidado nos últimos anos. Entre 2012 e 2021, o número de mulheres na construção civil cresceu 52,3%, segundo o Boletim Econômico da Construção Civil.

A experiência de Thaynara mostra a abertura das empresas à presença feminina. Ela conta que, quando recebeu a proposta para ingressar na Somattos, estava grávida e temia que essa condição representasse um obstáculo para a contratação. No entanto, a experiência revelou um cenário distinto. “Tive suporte para crescer profissionalmente sem abrir mão da família, algo ainda raro para muitas mulheres”, destaca.

Segundo a coordenadora, equipes lideradas por mulheres costumam ser mais organizadas, comprometidas com prazos, além de fomentar um ambiente de trabalho mais respeitoso e produtivo. “Sempre que iniciamos uma obra, sugiro que haja uma mulher à frente, pois trazemos um olhar complementar à gestão”, afirma Thaynara.

Histórias para serem contadas

Na área da comunicação, a jornalista equatoriana María José Troya, editora da Revista COSAS, também é uma das mulheres que testemunharam essas mudanças. Com uma trajetória internacional extensa, Troya sempre teve um compromisso com a valorização de histórias autênticas, especialmente aquelas que destacam o papel das mulheres na sociedade.”Dizem que é difícil ser mulher hoje em dia. Mas acredito que é o melhor momento para ser uma mulher. Podemos escolher, aprender e podemos fazer coisas que eram impensáveis”, afirma a jornalista.

Desde o início de sua carreira, Troya percebeu a necessidade de contar histórias que dessem voz a personagens que realmente impactam a sociedade, especialmente mulheres empreendedoras de diferentes áreas. Mesmo vivendo em uma realidade diferente da brasileira, a jornalista define que os avanços são perceptíveis em todo o mundo. Para ela, o jornalismo feminino passou por mudanças expressivas ao longo dos anos. “Hoje, estamos em todas as editorias, ganhando prêmios e conquistando espaço porque somos competentes, não porque somos mulheres”, destaca.

Assim como María José Troya, a brasileira Silvânia Farias também construiu uma trajetória de superação e conquistas. Diferente do universo da comunicação, sua jornada foi na indústria alimentícia, onde quebrou barreiras e conquistou posições que antes eram ocupadas apenas por homens.

Antes de entrar para a indústria, Silvânia trabalhava como empregada doméstica. Em 2004, conseguiu uma vaga como auxiliar de produção na Trevo Lácteos, uma das maiores indústrias de laticínios de Minas Gerais, dando início a uma carreira marcada por desafios e evolução constante. “Naquele momento, esse cargo já era uma grande conquista para mim”, relembra.

Com o tempo, foi promovida para operadora de máquina e, depois, para ferista de produção. Através da nova trajetória, Silvânia pôde retornar aos estudos e se tornou técnica em Gestão da Produção Industrial. Há oito anos, assumiu o cargo de supervisora de produção. “Eu nunca tinha sonhado com essa posição, mas, ao longo dos anos, fui descobrindo minha paixão pelo trabalho, pelo aprendizado e pelas conquistas”, completa.

Realidade em transformação

Embora as mulheres tenham ampliado sua presença no mercado, setores como o de infraestrutura urbana ainda são marcados pela predominância masculina. No entanto, histórias como a de Caroline Braga, coordenadora de projetos do Instituto de Planejamento e Gestão de Cidades (IPGC), mostram que essa realidade está em transformação.

Caroline iniciou sua trajetória no IPGC como estagiária e, hoje, lidera projetos de grande impacto, incluindo a primeira Parceria Público-Privada (PPP) de Cidade Inteligente em uma capital, Goiânia. Para ela, a presença feminina na infraestrutura tem crescido, mas ainda há desafios, sobretudo no reconhecimento e na ocupação de posições estratégicas.

Ela destaca que os projetos de infraestrutura estão intrinsecamente relacionados à administração pública, onde cargos estratégicos são ocupados por mulheres em número significativamente menor que por homens, tanto na esfera política quanto no funcionalismo público. A título de exemplo, segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), o número de prefeitas eleitas em 2024 representa apenas 13% dos 5.569 municípios brasileiros.

Para a coordenadora, a ocupação feminina em posições de liderança é essencial para a evolução do setor. “Iniciativas como a Infra Woman são fundamentais para fortalecer essa rede e abrir novas portas para as mulheres”, afirma.

CONTEÚDOS PATROCINADOS

RELACIONADOS

Brasil ocupa 10ª posição no ranking global de investimentos em TI

DINO

ABCD lista cinco dicas para uso consciente do cartão de crédito

DINO

Educador fala sobre cuidados necessários contra o afogamento infantil

DINO