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Médicos defendem regulamentação para o uso de IA

Médicos defendem regulamentação para o uso de IA
Médicos defendem regulamentação para o uso de IA

A Inteligência Artificial (IA) está transformando o mundo em ritmo acelerado, impactando diversos setores, incluindo a medicina. Tecnologias baseadas em IA já são amplamente utilizadas para tarefas como análise de dados, diagnósticos mais precisos e suporte à decisão clínica. Uma pesquisa realizada pelo Medscape revela que, enquanto médicos da América Latina reconhecem os benefícios da IA, eles também manifestam preocupações com os riscos e destacam a importância de regulamentar seu uso. O estudo entrevistou mais de 3 mil médicos de Argentina, Brasil e México. 

No Brasil, 84% dos médicos ouvidos defendem a criação de regras claras para proteger pacientes e profissionais no uso da IA. Esse número é similar ao encontrado na Argentina e no México, com 84% e 88%, respectivamente, reforçando uma visão comum na América Latina sobre a importância de regulamentar a tecnologia na medicina. Além disso, 71% dos médicos brasileiros acreditam que a supervisão do uso da IA deve ser realizada por órgãos governamentais ou entidades médicas. A preocupação é compartilhada por médicos argentinos (71%) e mexicanos (79%), indicando um consenso sobre a necessidade de controle mais rigoroso.

A pesquisa também revela que os médicos brasileiros enxergam grande potencial na IA para melhorar a prática clínica. A maioria (71%) acredita que a tecnologia é especialmente útil para interpretar exames de imagem, enquanto 79% destacam sua aplicação na gestão de prontuários médicos. “O uso da inteligência artificial deve crescer significativamente nos próximos anos. Sete em cada dez médicos brasileiros planejam incorporar a IA em suas rotinas, principalmente em tarefas administrativas e repetitivas, como preenchimento de relatórios e organização de dados médicos”, afirma Leoleli Schwartz, editora sênior do Medscape em português.

Apesar disso, apenas 12% dos médicos brasileiros utilizam a IA atualmente para funções administrativas, número que tende a crescer nos próximos anos, acompanhando a tendência observada na Argentina (13%) e no México (19%). O impacto da IA no julgamento clínico também gera debates. No Brasil, 45% dos médicos temem que a tecnologia possa substituir decisões humanas, enquanto 52% acreditam que ela pode reduzir casos de negligência médica. Por outro lado, há preocupação com o risco de falhas tecnológicas ou uso inadequado: 34% dos médicos brasileiros acreditam que isso pode aumentar os perigos na prática médica, percentual superior ao observado na Argentina (19%) e no México (24%).

Ainda assim, há um otimismo cauteloso. “Ao reduzir tarefas administrativas e otimizar processos, a inteligência artificial promete devolver aos médicos o tempo e os recursos de que precisam para priorizar o atendimento ao paciente”, completa Schwartz. O estudo foi realizado entre 11 de janeiro e 14 de março de 2024, com 3.140 médicos da Argentina, Brasil e México que assinam as edições em espanhol e português do Medscape. O levantamento completo pode ser acessado no site oficial do Medscape.

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