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Falta de mão de obra na Itália gera vagas para estrangeiros

Falta de mão de obra na Itália gera vagas para estrangeiros
Falta de mão de obra na Itália gera vagas para estrangeiros

O mercado de trabalho na Itália está passando por momentos de carência de mão de obra ao mesmo tempo em que as políticas anti-imigração propostas pela União Europeia geram um impasse sobre a contratação de novos profissionais. Uma das principais causas é o envelhecimento acelerado da população europeia, incluindo a italiana. É isso o que afirma uma matéria publicada pelo jornal alemão DW.

Historicamente, o assunto ‘’imigração’’ gera um impasse entre aqueles que preferem maior flexibilidade e os que são contra. A necessidade de suprir a falta de profissionais qualificados, ainda conforme a matéria do jornal DW, fez com que o governo de Giorgia Meloni, primeira-ministra da Itália, recrutasse centenas de milhares de estrangeiros para preencher as carências. 

A estimativa é de que até 2025, 452 mil imigrantes ocupem os cargos em aberto nas mais diferentes áreas, como saúde, tecnologia, agricultura e turismo. O número, de acordo com o próprio governo, ainda está abaixo das 833 mil vagas identificadas como necessitando de profissionais para preenchê-las.

Um relatório da European Labour Authority (Autoridade Europeia do Trabalho / ELA) sobre o mercado de trabalho na Itália destaca que, até 2027, cerca de 40% das vagas planejadas serão para funções gerenciais, profissionais e técnicas, com alta demanda por técnicos em saúde e relações de mercado. Outros setores, como hospitalidade, construção e tecnologia, também terão crescimento significativo. 

Segundo o relatório, projeções até 2035 apontam para um aumento de especializações setoriais, impulsionando funções técnicas e gerenciais. Automação e digitalização intensificarão a demanda por trabalhadores qualificados, mas desajustes de habilidades exigirão ações políticas específicas.

O mercado de trabalho italiano enfrenta desafios significativos

A força de trabalho na Itália diminuiu em 600 mil pessoas nos últimos quatro anos (-2,4%), devido ao número maior de aposentados em relação aos novos trabalhadores, conforme o ELA. 

A participação das mulheres no mercado de trabalho caiu durante a pandemia, especialmente aquelas com filhos pequenos, mantendo-se uma das mais baixas da Europa (taxa de emprego feminino de 7,7%). Apesar disso, a imigração tem contribuído para compensar essa queda, com um aumento de 2,2% no número de estrangeiros residentes na Itália em 2022.

Dados do Escritório Nacional de Coordenação (NCO) indicam 37 ocupações principais com falta de profissionais nos setores industrial e de serviços, ainda de acordo com o relatório EURES de 2023. Entre elas, destacam-se técnicos e profissionais associados, trabalhadores de serviços e vendas e artesãos. A maioria exige nível médio de qualificação, enquanto poucas demandam formação superior.

Cidadania italiana facilita entrada de brasileiros no mercado de trabalho europeu

Com o impasse dos governos europeus sobre suas políticas de imigração por toda a União Europeia, uma alternativa explorada pelos brasileiros descendentes de italianos é reconhecer a dupla nacionalidade e adquirir um documento italiano.

A respeito disso, Jéssica Tortelli, supervisora comercial da Nostrali Cidadania Italiana, assessoria especializada no reconhecimento da dupla nacionalidade para ítalo-descendentes, explica que é comum clientes procurarem a empresa porque desejam entrar de maneira legalizada e menos burocrática no mercado de trabalho europeu. ‘’A cidadania italiana garante ao ítalo-descendente os mesmos direitos que qualquer italiano nativo. Isso inclui a possibilidade de morar, estudar e trabalhar na Itália e nos demais países que compõem a União Europeia’’, afirma.

Tortelli salienta que a cidadania italiana é uma alternativa para os brasileiros que não desejam depender das políticas de imigração dos países da UE. ‘’Quando a dupla nacionalidade é reconhecida, o brasileiro também se torna italiano. Portanto, as exigências de contratação por parte das empresas são as mesmas que para qualquer cidadão nativo, incluindo os documentos solicitados para o processo seletivo’’, conclui.

De acordo com o Governo do Brasil, em 2023 cerca de 1,6 milhão de brasileiros viviam legalmente na Europa. Desses, 159 mil apenas na Itália, uma das maiores comunidades do país no velho continente.

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