Há 50 anos, o ambiente corporativo no Brasil era completamente diferente do que é visto hoje. Em 1967, nem sequer existia o registro CNPJ, não se pagavam PIS ou Cofins, tributos que só seriam criados anos mais tarde. O tempo passou, a economia mudou, o que para muitas empresas foi sinal de fechamento de portas e desaceleração de crescimento. Para outras, um desafio a mais a ser superado. De acordo com dados do mais recente relatório “Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo”, elaborado pelo IBGE, a idade média das empresas era de 11,4 anos em 2021, abaixo da média de 2020 (11,6) e da de 2019 (11,7 anos).
Buscando desenvolvimento constante e a liderança no mercado de vestuário masculino, a Cherne, empresa de confecções de Colatina, no Espírito Santo, celebra 50 anos em 2024. A história da empresa de confecção de roupas masculinas colatinense teve início em 1974, quando, com apenas 16 máquinas de costura, um comerciante e sua esposa decidiram apostar no ramo.
Passados 50 anos, a empresa familiar segue sob o comando das filhas Gleice Zaché da Silva e Siara Zaché da Silva Caetano, que conduzem os negócios e continuam expandindo a marca de roupa masculina para todo o país. De acordo Gleice, o processo para manter uma empresa ativa no Brasil, em meio a tantos desafios, não é fácil.
“No início, as dificuldades eram muitas. A primeira calça levou três dias para ser confeccionada. As peças eram passadas e lavadas fora e a entrega era feita por carros alugados, apenas para o mercado do Espírito Santo. Cinco anos depois de sua fundação, nos mudamos para a sede atual, numa área de 6.500 m², e hoje produzimos cerca de 10 mil peças por mês sendo e, desde sempre, a calça social é o carro-chefe da empresa”, afirma a empresária.
O segredo da consistência de empresas longínquas, de acordo com empresários, é a adaptação ao comportamento de consumo do mercado, priorizando a inovação. “Muitas empresas do setor do vestuário, por exemplo, infelizmente, não existem mais. É preciso ter capacidade e resiliência para absorver as inovações e criar novos produtos”, explica Siara Zaché, uma das sócias proprietárias da marca.
A força do empreendedorismo
A história da marca capixaba é uma narrativa que pode inspirar outras empresas e empreendedores a perseverar, mesmo em tempos difíceis. Durante a pandemia de COVID-19, inúmeras empresas enfrentam dificuldades, resultando no fechamento de suas portas. Um estudo, elaborado por representantes do IPEA e do Sebrae Nacional, com dados do IBGE, afirma que no período entre março e junho de 2020 cerca de 716,3 mil empresas fecharam as portas (99,8% delas pequenos negócios), gerando um prejuízo que pode chegar a até R$ 24,1 bilhões.
“Enquanto muitas empresas lutavam para sobreviver, outras investiram em novas tecnologias, aprimoraram seus processos produtivos e expandiram sua presença digital, atendendo à demanda crescente por compras online, que cresceu muito nos últimos anos. A capacidade de responder às mudanças nos permitiu prosperar. Também acreditamos que a tradição familiar faz muita diferença para criar negócios resilientes”, finaliza Gleice Cherne, sócia proprietária da marca.
Para saber mais sobre Cherne Confecções, basta acessar: https://www.instagram.com/cherne_oficial/