Notícias Corporativas

Reforma tributária pode fazer indústria poupar R$ 112,6 bi

Reforma tributária pode fazer indústria poupar R$ 112,6 bi
Reforma tributária pode fazer indústria poupar R$ 112,6 bi

Entre as várias idas e vindas que a discussão sobre a reforma tributária navegou nas últimas décadas, sempre houve a dúvida se ela se concentraria na redução da carga ou na simplificação do caótico sistema de cobrança de impostos. A solução obtida pelo Congresso se concentrou no segundo pressuposto, o da simplificação. Mas um estudo recente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) indica que, quando estiverem totalmente em vigor, as novas regras podem levar a uma economia de R$ 112,6 bilhões por ano para a para a indústria de transformação .

O impacto das distorções hoje existentes no sistema tributário da indústria equivale a 2,9% do faturamento anual do setor, de aproximadamente R$ 145,5 bilhões por ano. Com a reforma, a redução potencial de custos é de 77%, para R$ 32,9 bilhões ao ano. Uma vez implementada, o principal custo para indústria, o de tributos não dedutíveis, que chega a R$ 71,3 bilhões, será zerado.

“A implantação total da reforma tributária irá proporcionar maior competitividade à indústria nacional. Esse é um primeiro passo no sentido de aumentar a presença brasileira na economia global”, afirma José Maurício Caldeira , sócio conselheiro da Asperbras Brasil, que atua em diversos segmentos da indústria e do agronegócio.

Caldeira lembra que a mudança não irá ocorrer da noite para o dia, mas depende da regulamentação da reforma e de um período de transição, pois só estará totalmente em vigor em 2033. Dentre os aspectos relativos à indústria de transformação, José Maurício Caldeira vê como um acerto a redução do peso da burocracia.

O peso do Custo Brasil

A modernização, que simplifica o sistema tributário, traz um alento para o setor produtivo. Permite à indústria de transformação alocar recursos humanos e financeiros em sua atividade fim. Porém, há grandes entraves ainda a serem superados como o Custo Brasil, que atinge todos que vivem, trabalham, consomem ou produzem no país em R$ 1,7 trilhão por ano, segundo cálculo do Movimento Brasil Competitivo (MBC) em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Indústria Comércio e Serviços (MDIC).

Equivale a 20% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e é maior do que o PIB de vários vizinhos na América do Sul, como Paraguai, Bolívia, Uruguai, Venezuela e Peru. “É como uma bola de ferro amarrada nos pés do empresário brasileiro”, compara José Maurício Caldeira.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI), em conjunto com as 27 federações estaduais de indústria e com 74 associações industriais, divulgou a Declaração pelo Desenvolvimento da Indústria e do Brasil . No documento, o setor industrial apresenta os 10 princípios orientadores para impulsionar a agenda de desenvolvimento do país.

Cinco deles têm relação direta com o Custo Brasil: sistema tributário moderno e eficiente; custo de capital; recursos humanos capacitados para a nova economia; qualidade regulatória; e energia e transportes mais baratos e eficientes. Dentre todos eles, o Brasil começa a enfrentar agora a modernização do sistema tributário.

Principais disfunções na tributação da indústria

Tributos não dedutíveis – representa R$ 71,3 bilhões ao ano de custo para a indústria. Com a reforma tributária, que prevê crédito amplo, essa despesa será zerada.

Burocracia – é o segundo maior custo, com estimado em R$ 36 bilhões anuais. Esse valor deve ser reduzido quando vigorar por completo a reforma tributária, para R$ 3,8 bilhões.

Descasamento de prazos e a substituição tributária do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) – cobrança estadual, de R$ 15,5 e R$ 13,6 bilhões, respectivamente. Esses custos passarão a ser quase a totalidade das disfunções tributárias depois da reforma, uma vez que não foram contemplados e permanecerão como hoje.

ICMS não restituído na exportação e custo tributário do investimento – são dois pontos atingidos pela reforma pela reforma e que devem desaparecer por completo. Hoje custam, respectivamente, R$ 5,3 bilhões e R$ 3,8 bilhões ao ano nas transações.

Além disso, o estudo da Fiesp recomenda que seja adotado o recolhimento do imposto no momento do recebimento da venda, chamado de recolhimento pelo regime de caixa, que acaba com o descasamento de prazo. O custo de R$ 15,5 bilhões anuais de hoje seria zerado.

A Fiesp também defende que a substituição tributária seja mantida somente nos produtos que efetivamente tenham as características de “alta relevância para arrecadação e concentração de produção”, tais como combustíveis, cigarros, medicamentos e bebidas alcóolicas. Se isso for contemplado pela reforma, os custos cairão de R$ 13,6 bilhões para R$ 5,1 bilhões ao ano.

Se as duas recomendações da entidade forem acatadas, o custo total das disfunções do sistema tributário cairá ainda mais, dos R$ 32,9 bilhões pós-reforma para R$ 8,9 bilhões pós-reforma e com ajustes.

CONTEÚDOS PATROCINADOS

RELACIONADOS

Brasil retoma atuação no cenário internacional com Portugal

DINO

Fórmula Animal realiza congresso de medicina veterinária em Salvador

DINO

Online Applications se posiciona no mercado financeiro junto a Volaree Capital

DINO
Sair da versão mobile